Terras do
Nem e de Ninguém (parte 1)
Nova
Parnamirim que muitos ainda conhecem e o(a) reconhecem como Nem, pois muitas
vezes fica difícil saber se o bairro esta localizado em Natal ou em Parnamirim.
Sem saber se pertence a capital potiguar, Natal, ou a cidade do Trampolim da
Vitoria, Parnamirim. Ficando nem lá e nem cá, daí muitos a chamarem, ou a
conhecerem, a localidade pela denominação de Nem, a localidade de Nova
Parnamirim. Por fim é uma terra de nem e de ninguém. Cada um exerce a sua
própria lei, as suas próprias vontades de acordo com as suas próprias necessidades.
Nova
Parnamirim vive a duvida Shakespeareana de ser ou não ser. Duvida de ser um
bairro de Natal, ou um bairro de Parnamirim, de pertencer ou não pertencer a
cidade de Parnamirim/RN ou a cidade de Natal/RN. Enquanto não se define, fica
sendo a terra do Nem e de Ninguém. O dilema de ser a Zona Sul (ZS) de Natal ou
a Zona Norte (ZN) de Parnamirim. Dicotomias, pois tem problemas de ZN e ares de
ZS. Com ares e lugares, geograficamente o bairro esta localizado no lado sul de
Natal e do lado norte de Parnamirim.
A Nova
Parnamirim, politicamente, pertence à administração do município norte
rio-grandense denominado atualmente de Parnamirim, palavra do tupy-guarani que
significa ‘rio pequeno’ e é a terra dos parnamirinenses (gentílico).
Com um
olhar geográfico, não existe nenhum acidente geográfico, de porte como um rio,
vale ou montanha, que defina uma divisa geográfica entre os municípios de Natal
e Parnamirim. Distante apenas 12 quilômetros da capital potiguar, com um tempo
estimado de viagem de 30 min, faz parte da chamada Grande Natal ou também da
denominada Região Metropolitana de Natal.
Avenida
Ayrton Senna homenagem ao piloto brasileiro falecido em trágico acidente em um
dia do Trabalhador. A Avenida Ayrton Senna parte de Natal, corta o município de
Parnamirim pelo bairro de Nova Parnamirim. É destinada a pilotos urbanos
deixando trabalhadores e pedestres na poeira e na fumaça dos veículos. Pilotos
não satisfeitos com as pistas que permitem altas velocidades, com poucas
curvas, quase uma reta, fazem das calçadas seus boxes e pit stops.
Com a
desculpa de paradas rápidas, param na pista, atrapalhando o transito,
interferem na ocupação das calçadas, impedindo a passagem e travessia de
pedestres. Ocupam faixas de pedestres como se fosse um direito a quem está
motorizado. Desrespeitam as travessias como donos da pista de asfalto.
Fazendo
das calçadas seus boxes, estacionam e não deixam espaços mínimos para a
acessibilidade, o direito de todos a utilizar o espaço público, o chamado
passeio público. Um desafio à portadores de limitação de locomoção, ou
reduzidas possibilidades de locomoção, bem como o transito de carrinhos de
bebês, ou mesmo carrinhos de compras para mercados e feiras.
Estacionam
em calçadas como uma extensão de suas propriedades. Ocupam vagas de deficientes
e idosos por entender que são os mais importantes naquele momento. Por vezes
carros grandes estacionam quase que dentro de estabelecimentos comerciais,
avançando os limites das portas, dificultando o transito de
clientes dentro do estabelecimento, com a conivência de comerciantes e
comerciários. Obstruem acesos de pedestres ao comercio garantidos por
conhecimentos de outrem.
Entre as
travessias da Avenida Ayrton Senna pedestres equilibram-se nos estreitos
canteiros centrais da avenida, enquanto os veículos fazem deslocamentos de ares
por suas velocidades ao transitar em direções contrarias, pela frente e por
traz do pedestre transeunte. Faixas de pedestres pouco visíveis, sem
sinalização vertical, desgastadas pelo transito, muitas das vezes partem do
nada com destino a lugar nenhum.
Calçadas
ocupadas por carros e catralhas, por entulhos e metralhas, por obras e
reformas, por desmazelos e atropelos. Ruas disputadas por ônibus e caminhões,
por carros e carroças, cargas e descargas, pedestres e cidadãos.
Texto
escrito para: Jornal METROPOLITANO
BLOG Texto disponivel em:
http://forumdomaracaja.blogspot.com.br/
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Entre Natal e Parnamirim/RN ─
11/11/2013
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Roberto
Cardoso
(Maracajá)
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