domingo, 13 de julho de 2014

Rodízio de farofa, uma nova opção gastronômica.



Rodízio de farofa, uma nova opção gastronômica.

Devido a alta cotação do preço do litro de farinha nas feiras de Natal/RN ─ Feira do Alecrim, Feira da Rocas e Feira do Carrasco ─ entre U$ 3,00 e U$ 4,00, torna-se interessante uma nova opção na gastronomia local, o sistema de rodízio de farofa.
Clientes mais abastados poderão observar e experimentar as variedades de farinhas produzidas na região e degustar um leque de opções com a criação de uma infinidade de variações de farofas. Desde as de tanajuras, de tapurus até as de caviar russo. Da ginga ao aliche. De robalo, de arenque e de salmão, de cangulo e de xaréu (Aproando-e-aproniando JH-Nov/2012), de diversas bananas e uma variedade de frutas.
A opção como sobremesa, uma diversidade de tipos de rapaduras coloridas com sabores diferenciados e de consistências variadas, servida com de mel de engenho. Para acompanhar a refeição e a sobremesa, água, um produto que está se tornado escasso e valioso. O cliente antes da degustação [da água] poderá avaliar visualmente a sua turbidez e aromaticamente a presença ou não de cloro e outros aditivos, podendo inclusive pedir um certificado D.O.C. (Declaração de Origem de Comprovada), com ausência de nitritos, nitratos.e outros nitros, que compõem os “cocoliformes”..
A farinha que no século passado era vendida em litro [uma medida de volume], nas bodegas e armazéns de secos e molhados. Hoje é vendida por quilo [uma medida de peso] a preços que variam entre R$ 6,00 e R$ 8,00, nas feiras e super/ hipermercados. E ainda é um item e da cesta básica alimentar do trabalhador.
Investigando o alto preço da farinha, com certeza, analistas econômicos ─ eles sempre tem uma resposta convincente, comprovada por (a+b) ─ atribuirão à seca que vem castigando o estado e a opção de ser usada como alimentação do gado em época de seca. Outra alternativa para justificativa do preço, poderá ser a redução do consumo de tapioca, o que leva os produtores a utilizar mais matéria prima para fabricação exclusiva de farinha. A mandioca (macaxeira ou aipim), uma raiz, é a matéria prima na fabricação de farinha (comum, de mandioca, de mesa e etc) e de tapioca (goma ou beiju, biju), nada é perdido. A farinha é feita da raiz ralada e espremida, e do liquido extraído, depois de decantado é tirado a tapioca ou goma. Reduzindo o consumo de um a produção do outro produto fica comprometida, eles são e precisam ser produzidos juntos, um se aproveitando do resíduo do outro, uma viabilização econômica.
Farinha e tapioca são produtos de origem indígena, (Pudim-de-tapioca-com-calda-de-lambedor JH-Nov/2012) a cultura primitiva e autentica do Brasil. Tal como o acarajé deve ser considerado um patrimônio cultural, antes que outros se antecipem a isto ou criem estratégias de substituição desta alimentação secular.

O nordeste foi construído com farinha, fé e rapadura. Alimentos e comportamentos que estão presentes na vida do povo e na história de ícones de rebeliões como Lampião e os cangaceiros e Antonio Conselheiro com seu séquito, ambos pelos sertões nordestinos.

Publicado no Jornal de HOJE
Natal/RN

Parnamirim/RN - 24/02/2013

Roberto Cardoso
(Maracajá)
Cientista Social
Jornalista Científico




ócio Efetivo do IHGRN
(Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte

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