Rodízio
de farofa, uma nova opção gastronômica.
Devido a
alta cotação do preço do litro de farinha nas feiras de Natal/RN ─ Feira do
Alecrim, Feira da Rocas e Feira do Carrasco ─ entre U$ 3,00 e U$ 4,00, torna-se
interessante uma nova opção na gastronomia local, o sistema de rodízio de
farofa.
Clientes
mais abastados poderão observar e experimentar as variedades de farinhas
produzidas na região e degustar um leque de opções com a criação de uma
infinidade de variações de farofas. Desde as de tanajuras, de tapurus até as de
caviar russo. Da ginga ao aliche. De robalo, de arenque e de salmão, de cangulo
e de xaréu (Aproando-e-aproniando JH-Nov/2012), de diversas bananas e uma
variedade de frutas.
A opção
como sobremesa, uma diversidade de tipos de rapaduras coloridas com sabores
diferenciados e de consistências variadas, servida com de mel de engenho. Para
acompanhar a refeição e a sobremesa, água, um produto que está se tornado
escasso e valioso. O cliente antes da degustação [da água] poderá avaliar
visualmente a sua turbidez e aromaticamente a presença ou não de cloro e outros
aditivos, podendo inclusive pedir um certificado D.O.C. (Declaração de Origem
de Comprovada), com ausência de nitritos, nitratos.e outros nitros, que compõem
os “cocoliformes”..
A farinha
que no século passado era vendida em litro [uma medida de volume], nas bodegas
e armazéns de secos e molhados. Hoje é vendida por quilo [uma medida de peso] a
preços que variam entre R$ 6,00 e R$ 8,00, nas feiras e super/ hipermercados. E
ainda é um item e da cesta básica alimentar do trabalhador.
Investigando
o alto preço da farinha, com certeza, analistas econômicos ─ eles sempre tem
uma resposta convincente, comprovada por (a+b) ─ atribuirão à seca que vem
castigando o estado e a opção de ser usada como alimentação do gado em época de
seca. Outra alternativa para justificativa do preço, poderá ser a redução do
consumo de tapioca, o que leva os produtores a utilizar mais matéria prima para
fabricação exclusiva de farinha. A mandioca (macaxeira ou aipim), uma raiz, é a
matéria prima na fabricação de farinha (comum, de mandioca, de mesa e etc) e de
tapioca (goma ou beiju, biju), nada é perdido. A farinha é feita da raiz ralada
e espremida, e do liquido extraído, depois de decantado é tirado a tapioca ou
goma. Reduzindo o consumo de um a produção do outro produto fica comprometida,
eles são e precisam ser produzidos juntos, um se aproveitando do resíduo do
outro, uma viabilização econômica.
Farinha e
tapioca são produtos de origem indígena,
(Pudim-de-tapioca-com-calda-de-lambedor JH-Nov/2012) a cultura primitiva e
autentica do Brasil. Tal como o acarajé deve ser considerado um patrimônio
cultural, antes que outros se antecipem a isto ou criem estratégias de
substituição desta alimentação secular.
O
nordeste foi construído com farinha, fé e rapadura. Alimentos e comportamentos
que estão presentes na vida do povo e na história de ícones de rebeliões como
Lampião e os cangaceiros e Antonio Conselheiro com seu séquito, ambos pelos
sertões nordestinos.
Publicado
no Jornal de HOJE
Natal/RN
Parnamirim/RN - 24/02/2013
Roberto
Cardoso
(Maracajá)
Cientista
Social
Jornalista
Científico
|
ócio
Efetivo do IHGRN
(Instituto
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
|
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