Natal das aparências
Holandeses belos, brancos e
cristãos
Falar que a cidade de Natal/RN não
oferece acessibilidade e que promove uma cultura excludente são fatos! Estão
vistos e evidentes nas ruas e nos noticiários. Cabe aqui mostrar que a política
de exclusão não está apenas pelas ruas, mas também dentro das instituições
privadas, e para agravar a situação, em instituições privadas de ensino. A começar
pelo zig zag necessário driblar carros e motos estacionados à porta,
para chegar a um acesso, a uma entrada, com calçadas e acessos bloqueados e
desnivelados. Adentrando encontramos corredores estreitos, incompatíveis com o
volume de alunos. Pisos desnivelados e ausência de mapa de risco, riscos
ergonômicos e infectantes, biológicos e físicos, planta de acessibilidade,
escadas com corrimãos simples, sendo necessários corrimãos duplos em
estabelecimento de ensino. Ausência de faixa sinalizadora com cores chamativas
nos limites dos degraus das escadas. Escadas de incêndio bloqueadas por
material em desuso, extintores fora do prazo de validade. Lixo acumulado em
caçambas favorecendo o aparecimento de ratos, escorpiões ou insetos
indesejáveis. Carência de bebedouros. Esgotamento sanitário executado junto ao
local de refeições em horários impróprios a tal operação, justo em horários
quando começam a chegar pessoas vindas de outros afazeres buscando uma
alimentação antes da próxima jornada. Ausência do controle e análise de
potabilidade da água oferecida, exigido pelo PAS - Programa de Alimentação
Segura, em locais que forneçam refeições e instituições de ensino.
Conforme dito pelo antropólogo
Thiago Leite, Natal uma cidade que vive de aparências, uma ideia defendida por
Gustavo Barbosa, um povo que apenas quer mostrar ao mundo e aos outros que tem
uma população “bela”, “branca” e “cristã” descendente de “holandeses” (Carta
Potiguar. Ano I nº 2 – setembro/2012).
03 de outubro de 2012
Roberto Cardoso
(Maracajá)
Reiki Master | Karuna Reiki Master
Analista da Qualidade | Mariner
Survey
Escritor
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