Homo natalensis VIII (com
uma visão de gaslighting)
Artigo publicado
Jornal de Hoje
Natal/RN
08/12/14
Na história consta que o
Brasil foi descoberto, a visão dos que se consideraram descobridores,
praticando um encobrimento daqueles que aqui foram encontrados, dos seus
hábitos e de sua cultura. E seus habitantes nativos, verdadeiros donos da
terra, foram catequizados. Pois não reconheciam como religião o catolicismo.
Tinham seus próprios deuses, e adoravam deuses ligados e relacionados a
fenômenos naturais e astros celestes, já explicados pela ciência: estes não
eram deuses, e não influenciava o novo conhecimento, a ciência.
Para ofertar o reino dos
céus, missões jesuíticas chegaram ao novo território, para catequizar os
nativos. Passado o processo de catequização veio o processo de colonização,
primeiro por Portugal e Espanha, depois por Inglaterra, França e Holanda. O
Brasil foi alvo de exploradores, já que havia algo interessante para explorar.
O Brasil foi colonizado e
explorado de seus recursos naturais em prol de Coroas europeias, que em seu
entendimento, sabiam melhor usar e explorar os recursos minerais e vegetais, em
seus empreendimentos. Necessitavam de ouro e prata para confeccionar suas coroas,
moedas, e talheres; com pedras preciosas as suas joias. Com madeiras podiam
construir embarcações. “O traje majestático de D. Pedro II, com murça
confeccionada com penas de papo de tucano, e o manto bordado a ouro...” (fonte:
Museu Imperial de Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro).
De bons fornecedores e produtores,
passamos a bons consumidores, quando matérias primas são exportadas voltando
importados, como produtos beneficiados (produtos secundários). Fatos que
aconteceram com produtos agrícolas e minerais, os produtos primários.
Outros países e outros povos
foram originados dos reinos da Europa, criando novos interesses e novos
interessados no Brasil. E o Brasil continua sendo explorado, agora como alvo de
empresas, não mais com seus recursos primários ou secundários. Mas com recursos
chamados terciários, onde estão incluídos os serviços, como serviços bancários
e seguros; programas e aplicativos para computadores e comunicações. Consomem-se
ideias e negócios, algo imaterial, que não se pode plantar e nem produzir em
campos agrícolas ou fabricas. É uma produção intelectual e imaterial, a partir
daqueles antigos e novos países. Mas campos agrícolas e fabricas, podem ser
consumidores deste novo produto, dos implementos agrícolas conectados à
satélites, à fabricas computadorizadas e robotizadas.
Das ultimais ideias internacionais
surgem as startups, com tecnologia e empreendedorismo. Ideias de que dão
respostas rápidas, resultados rápidos, podendo acompanhar seu crescimento e
evolução, com ajustes para que seus objetivos sejam alcançados, inovando e
melhorando. E mais um sistema de controle é implantado. E ideias
enlouquecedoras vêm sendo implantadas, algo que pode ser muito mais rápido de
acontecer que a própria imaginação.
O RN a esquina do continente
vem ao longo da história sendo um ponto estratégico para estrangeiros chegarem
e usufruírem de alguma maneira como um ponto geográfico de interesse. Natal
serviu de escala marítima importante quando não havia o canal do Panamá. Depois
da Primeira Guerra, Natal serviu de escala aérea quando os aviões ainda tinham
pouca autonomia. Serviu de trampolim para uma vitória na Segunda Guerra, A
região ainda hoje serve como ponto de lançamento de foguetes experimentais. Uma
base de lançamento de foguetes pode tornar-se facilmente uma base de mísseis.
Basta haver um interesse de algo, ou um alvo a proteger. E o Brasil vive em
função de hora ser algo e hora ser alvo.
O número de construções
imobiliárias por empreendimentos estrangeiros demonstra que ainda existe um
grande interesse em Natal/RN. Uma novela foi filmada na região, e Natal como
cidade sede da Copa do Mundo, colocou a cidade e a região em evidencia para
países estrangeiros. Um novo aeroporto e um novo estádio, agora chamado de arena,
criam uma acessibilidade ao modelo de exigência de imigrantes. VLTs e BRTs,
modelos importados, vão facilitar a mobilidade dos transportes de massa, com
acessibilidade urbana e climática. Trens e metros, BRTs e VLTs em outros
estados já utilizam linguagem internacional anunciando a próxima estação (next
stop). Uma komunikologia é utilizada em vagões e estações, terminais e linhas
alimentadoras.
A Grande Natal ou Região Metropolitana
de Natal, já sinaliza a implantação de VLTs e BRTs, e vem implantando estações
de transferência climatizadas. E um bullying de analises urbanas aponta brutais
diferenças, entre outras cidades e capitais. Coloca o estado e a cidade em
posições muito baixas no ranking da qualidade de vida.
O ponto geográfico é
importante; a cidade é interessante; o clima e as praias são agradáveis; mas a
estrutura que a cidade oferece não é satisfatória, uma visão de gaslighting. E
a cidade vai enlouquecendo na tentativa de criar modelos de atendimento aos
novos imigrantes. Metas utópicas, modelos de perfeição que nunca são
alcançados; haverá sempre algo mais a fazer. Nunca se chega a uma perfeição,
para atender aos principais clientes: os descobridores, os colonizadores, os
imigrantes.
O navegadores que chegaram
em caravelas, agora chegam em aviões, da navegação marítima á navegação aérea
com tripulação no comando da travessia. E uma nova tripulação se prepara. Next
stop Estação Lunar.
Natal/RN
07/12/14
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