quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Homo natalensis VII




 Movimentos atmosféricos e marítimos Influenciaram o rumo das caravelas, proporcionando um descobrimento, uma ocupação da terra ainda não ocupada pelos europeus, uma descoberta legitimada pela Igreja. Na tentativa de descobrir um caminho marítimo para as Índias acabaram por chegar a outras terras. Ventos e correntes marítimas levaram os índios a encontrar a esquadra portuguesa à deriva, próximo á praia. Uma questão de ponto de vista, que índios não puderam comprovar, já que não relataram em seus diários de vigília e segurança nas praias. O habitante nativo não dominava uma escrita, apenas um idioma restrito. Ao contrario da frota que produziu documentos escritos, que se tornaram oficiais.

E um momento histórico foi denominado de descobrimento do Brasil (22/04/1500). A história é contada a partir de pontos de vista; ou Cabral descobriu o Brasil ou os índios encontraram caravelas à deriva. Prevaleceu na historia a Carta de Pero Vaz de Caminha, como documento escrito e oficialmente reconhecido do acontecimento. Os europeus dominavam a escrita e a ciência, enquanto os índios dominavam uma linguagem e um sincretismo. O ponto de vista dos nativos não ficou registrado.

Baleias que encalham no litoral norte-rio-grandense são claros exemplos que caravelas podem ter chegado à praia em momentos de calmaria e de deriva; correntes marítimas ou excesso de ventos. Ainda que biólogos apresentem teses de suicídios coletivos ou falhas fisiológicas que afetam seus sensos de direção em meio a um trajeto de imigração. Uma hipótese para este fato poderia ser o grande numero de embarcações com sonar, que poderiam influenciar o sonar fisiológico e orgânico dos cetáceos. Do contrário elas podem entrar em correntes marítimas, perder o senso de direção e encalhar.

Sem um GPS, apenas com astrolábios e navegação por observação pelas estrelas seria muito difícil chegar a um lugar exato, pré-definido. As chegadas e os desembarques foram aleatórios, variaram de acordo com ventos e correntes marítimas, buscou-se chegar a locais aproximados dos desejados, se é que estavam pré-determinados. Fica aqui outra hipótese: de lembranças gravadas nas suas células (DNA) quando seus antepassados longínquos pudessem ter desembarcado em terras brasileiras. A biologia reconhece os registros de DNA, enquanto a psicologia reconhece os arquétipos, cada ramo da ciência pode admitir heranças genéticas ou comportamentais, inscrita no cérebro ou nas células.

Em 1500 Cabral desembarcou Porto Seguro na atual Bahia, implantou uma cruz e realizou uma missa. Em 1501 André Gonçalves desembarcou próximo a Touros no atual RN e implantou um marco. Em 1928 Carlo Del Prete, aviador e militar italiano realizou o primeiro voo direto, sem escalas, para o Brasil, chegando a Touros no RN. Há registros da presença fenícia, e registros pré-históricos no território brasileiro, inclusive em território norte-rio-grandense.

Momentos e objetivos diferentes, ações diferenciadas. Portugueses implantaram uma cruz como marco de ocupação e religiosidade. Portugueses construíram um forte com objetivos de defesa na foz do Rio Potengi. Com atos de ocupação e destruição, os holandeses ocuparam o forte e promoveram um massacre em Cunhaú.

Os hábitos e os atos se repetem. Uma instituição educacional vinda de Recife gira a cidade de Natal em busca de outras instituições, com certa dificuldade em se manter no mercado, para tentar finalizar sua presença mercadológica e ocupar suas instalações, arrebanhando seus alunos. O mesmo comportamento dos antigos holandeses, que procuravam locais desguarnecidos de segurança para invadir e ocupar. Enquanto o produto de maior valor era a cana de açúcar, na época da invasão holandesa, hoje o produto de valor é o conhecimento, e uma nova invasão holandesa vem acontecendo. Portugueses e holandeses continuam uma batalha na Avenida Roberto Freire. Lembranças de arquétipos gravados em DNA.


Entre Natal e Parnamirim em 30/11/14


Artigo publicado
JORNAL DE HOJE
Natal/RN 
01/12/2014






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