sábado, 18 de abril de 2015

Os poetas e as fotografias, entre papeis e peles diferentes.





Os poetas e as fotografias, entre papeis e peles diferentes.



Os poetas e as fotografias, entre papeis e peles diferentes. Um documentário de poetas vivos, de filhos da arte.




Um grupo de poetas reviraram seus melhores textos. E dentre seus melhores textos, escolheram os melhores versos. Com seus melhores versos podem ter escolhido os melhores fragmentos. Pois com os melhores fragmentados escolhidos tentariam novas ideias. Preferiram agora buscar outros suportes de mídias para reescrever o que encontraram de melhor, dentre os melhores fragmentos sensuais de seus textos em versos. 

Se antes escolheram o papel com suporte de mídia, continuaram com a opção do papel, mas junto com os fragmentos de seus versos ia agora uma fotografia impressa no mesmo papel, uma nova releitura de seus versos, os seus reversos. Uma estratégia midiática de mostrarem que não são poetas que deixam seus textos escritos em papeis póstumos. Mas de mostrarem o quanto estão vivos, e que são filhos da arte.

Na fotografia escolheram corpos humanos para escrever suas poesias. Na falta e espaço no corpo humano só puderam escrever fragmentos de seus melhores versos com uma caligrafia, que pudesse ser ao mesmo tempo em que fosse legível, caber visível em uma fotografia, ampliada e emoldurada. Com a carência de partes e membros do corpo humano onde pudessem colocar seus fragmentos de versos, foi preciso despir as roupas do corpo do modelo fotográfico, utilizando agora de outro argumento na poesia, a sensualidade na fotografia. Se os fragmentos de seus versos eram sensuais, lógico que poderiam combinar com fotos sensuais. Esta foi uma concepção inovadora de suas novas ideias. Despidas de preconceitos e roupas, fragmentos de versos foram escritos em fragmentos de corpos, sem aulas de biologia ou anatomia. Buscaram apenas uma fisiologia estética que coubesse e combinasse um cruzamento genético, de poesia e fotografia.

Escolheram seus próprios versos, e talvez seus próprios corpos. Escolheram uma parte do corpo, onde escreveram fragmentos de suas poesias. Fragmentos sensuais que combinassem com a sensualidade do corpo que agora ia fazer parte de uma fotografia. Cultivaram um pari passo da escolha dos versos à escolha de um modelo e de uma fotografia.

Escolhidos os versos e os corpos, a posição dos versos e a posição dos corpos entrava agora o trabalho do fotógrafo. E o fotógrafo com uma câmera na mão escolheu uma melhor posição. Para os poetas terminara o lambe-lambe de suas próprias crias, entrava o lambe-lambe do fotografo, com uma nova cria. O que eram seus versos e seus corpos passou a ser o olhar do fotografo, estampado em uma fotografia. O olhar de sua câmera e de sua lente, com sua técnica e precisão, a hora certa de um click. O olhar de seus olhos: a escolha da iluminação e do enquadramento com alguns resultados de fotos estampadas em colorido, em sépia ou preto e branco, nublado ou enfumaçado. 

Ainda que o fotógrafo dispusesse varias fotos, em varias cores e diversos tons de cinza, vários tamanhos, e vários enquadramentos com diversas exposições de luz, para os poetas escolherem o que combinava melhor os seus versos. Passaram agora a olhar para os próprios versos com a reescrita do fotógrafo que colocou seus versos e seus corpos em uma nova escrita, uma fotografia. Versos e olhares estavam no papel agora em parceria. A escrita solitária, agora estampada ficou publica em uma fotografia.

E os poetas agora olhando para seus versos escritos em partes de corpos, retratados por fotografia, podem encontrar agora novos olhares e novas poesias. São agora novos poetas que não escrevem seus pensamentos em poesia, mas podem escrever o que alguém escreveu e retratou em uma fotografia.

Aqui um olhar imaginativo de quem ficou de fora, das escolhas das poesias, das posições dos corpos, e das fotografias. Viu apenas imagens e versos emoldurados, em imagens sem sons e sem movimentos. Corpos estampados em um suporte de mídia, partes do corpo, escritas, tatuadas, rabiscadas. Imagens muito iluminadas ou pouco iluminadas, todas refletidas e estampadas em fotografias, cercadas de moldura, arte e imaginação. A arte que não foi feita para julgar, mas para olhar e admirar. Cada qual enxerga a partir do lugar onde pisa, a partir de uma construção de vivencias e convivências.

Natal/RN 19/04/15 – Dia do Índio

Roberto Cardoso
IHGRN/INRG
Texto disponível em:
http://www.publikador.com/cultura/maracaja/2015/04/os-poetas-e-as-fotografias-entre-papeis-e-peles-diferentes/

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