O Convite
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Utilizamos deste instrumento
para convidar o Excelentíssimo Senhor Prefeito desta cidade a compartilhar
momentos com o cidadão deste município. Para
juntos usarem o direito do cidadão, o direito de ir e vir. Como caminhar pelos
parques, pelas praças e pelas calçadas. Evitando o uso de automóveis, usando um
modelo antigo. Usando um habito já quase esquecido. O ato de andar a pé. Caminhar
longas distancias, a fim de encontrar um caminho seguro, entre tantos carros
estacionados.
Convidamos a passear por
diversas ruas do centro e da periferia, no espaço urbano e suburbano. Sentir o
vento no rosto, provocado por carros em alta velocidade. Praticar exercícios de
equilíbrio sobre os estreitos canteiros que dividem as pistas. Atravessar ruas
respeitando o uso da faixa de segurança, quando o sinal está fechado para os
carros e liberado para os pedestres. A
oportunidade de lembrar como era a brincadeira de pular amarelinha, desviando
dos buracos nas calçadas.
Caminhar pelas ruas para observar
pessoas uniformizadas a serviço da prefeitura, ocupados com seus rádios e seus
telefones. Talvez conversando com o companheiro, localizado na outra esquina. Bastaria
fazer um sinal, que o companheiro, logo avistaria e logo responderia. Observar
os mesmos patrulheiros, fazendo anotações as escondidas. Quem sabe para um
futuro acerto ou um breve desenrolo.
Caminhar com calma e observar
as placas, símbolos e sinais; observar pinturas e símbolos. Há muitos
espalhados e distribuídos na cidade. Informações horizontais e verticais. Em pisos,
paredes e postes. Existe um conhecimento que encontramos nas ruas. Como uma
textura e a cor de um piso. Uma linguagem universal, que serve para outros
estados e outros países.
Lembramos que o direito de ir
e vir, é um direito atribuído ao cidadão, portanto, restringe-se unicamente ao
cidadão, não é extensivo aos seus automóveis. Os carros já possuem as ruas e
avenidas para exercer suas arrancadas, suas freadas e seus movimentos. Em caso
de parada demorada, devem procurar um estacionamento. E um proprietário ao sair
de casa, retirando o veículo de uma vaga ou de uma garagem, não pode simplesmente
colocar seu bem em outras portas ou outras calçadas. Adquirir um carro é
adquirir um problema, que não pode ser transferido ao outro, que não participa
do problema.
O traje para o passeio, é o
traje passeio, sem formalidades. O ideal seria um traje esporte, mas não convém
a um prefeito. E é conveniente que não haja assessores, e que não tenha seguranças,
que podem comprometer com o comportamento diário da cidade, interferindo em situações
que podem não ser vistas ou não alcançadas.
Lembramos ainda que a sigla
RSPV é uma sigla usual, do comportamento social francês, indicando que o
convidado deve confirmar a sua presença. Evitando uma demasiada espera. Evitando
atropelos que acontecem de última hora.
Lamentaremos não oferecer um coquetel
de boas-vindas, ou um coquetel de despedida. Mas é certo encontrar alguns
vendedores pelo caminho, vendendo balas e doces estreitando os caminhos. Calçadas
estreitas, apertadas e com ocupações diversas. Ocupadas por diferentes pessoas
e cidadãos. Alguns podem vender algo, outros esperam a condução. E outros que
se aproveitam da confusão.
E por muitas vezes ainda há um
mobiliário urbano atrapalhando a calçada.
28/04/16
Entre
Natal/RN e Parnamirim/RN
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