Recordando
uma Batalha
na Avenida Roberto Freire
DICOTOMIA
NATAENSE (*)
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001
Enquanto uns poucos passam
velozes, pelas avenidas, em seus carros com nomes atípicos ao nosso
vocabulário, outros muitos tentam atravessar as mesmas avenidas, que parecem
ter sido construídas apenas para aqueles habilitados a conduzir belos veículos.
Da mesma forma que aqueles
muitos hoje dedicam parte do seu tempo investindo em seus futuros, buscando uma
oportunidade futura no mercado de trabalho. Também buscam diariamente uma
oportunidade de atravessar uma avenida.
Na Av. Eng° Roberto Freire em
frente à Faculdade Maurício de Nassau é possível ver a cena, diariamente:
dezenas de carros transitando em um vai e vem contínuo e milhares de alunos
tentando atravessar a avenida, se esgueirando, se contorcendo e torcendo por
uma oportunidade, não só de concluir a sua faculdade, mas também de atravessar
a avenida.
Segundo informações ouvidas
pelos corredores universitários, autoridades do transito alegam que a poucos
metros existe um sinal onde os alunos podem atravessar a avenida. Uma travessia
garantida por um semáforo que possibilita atravessar com segurança apenas uma
das pistas. E a outra como fazer? Como atravessar? Do mesmo modo que se
atravessam as duas pistas em frente à faculdade! Questiono as autoridades
competentes e autorizadas no conhecimento da engenharia de transito. Qual o
volume diário de pessoas que atravessam usando o sinal próximo ao Supermercado
Favorito? É de conhecimento dos seus departamentos?
Na Faculdade Maurício de
Nassau segundo fontes oficiosas, conhecedoras, mas não autorizadas a fornecer a
informação, são mais de 3.200 alunos matriculados. É verdade que muitos chegam
e saem de carro, de moto ou de carona, ainda assim teremos um número
considerável. Mas a faculdade não é só para quem é motorizado. Com tantas
oportunidades de crédito educativo, entende-se que não! Uma maioria sem meios
próprios de locomoção está presente.
Com funcionários, professores,
acompanhantes e transeuntes, algum passageiro incauto necessitando de um
transbordo entre coletivos, chegaremos a um número considerável de pedestres
atravessando diariamente naquele ponto da avenida. Suponho que muito superior
ao contingente que atravessa no sinal próximo do supermercado.
Portanto senhores Engenheiros
da engenharia de tráfego façam sua reengenharia e coloquem no local: uma faixa
de pedestre, ou um sinal com botoeira, ou uma placa indicativa de travessia de
pedestre, ou uma placa indicativa de travessia escolar ou uma placa indicativa
para os veículos reduzirem velocidade, ou uma lombada, ou uma lombada
eletrônica. Pensem numa solução melhor, sem escamoteamento. Afinal o dinheiro
público que paga seus salários é para que pensem e criem soluções.
Qualidade de vida começa com o
direito de ir e vir, e para todos!
Natal/RN
(*)
Texto Publicado:
Novo Jornal em 12/maio/2012 –
Natal/RN
Jornal do DCE da Faculdade
Mauricio de Nassau em Dezembro/2012 – Natal/RN
BATALHA
NA AVENIDA ROBERTO FREIRE (**)
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002
O homem estuda o universo e
observa padrões. Estuda o corpo humano, a mente e continua a observar padrões.
Analisa a história e também observa padrões.
Por séculos a humanidade desejou, brigou e
guerreou por produtos e coisas tangíveis. Hoje o produto de maior valor é
intangível, o bem mais precioso é o conhecimento, a informação.
Quartéis dos poderosos, dos
históricos conquistadores de novas terras, em séculos ou décadas anteriores se
reencontram em Natal/RN. Simbolicamente, cada com suas estruturas, hábitos e
práticas. Holandeses, portugueses, americanos e potiguares se instalam na
Avenida Roberto Freire. Recrutam semestralmente novos contingentes, cada qual
buscando obter um exército maior, mais competitivo.
Os quartéis da Roberto Freire,
com seus brasões e símbolos heráldicos à frente, exibem-se diante da avenida,
mais avançados ou mais recuados, com maior ou menor ângulo de visão e exibição.
Dispostos para combate e marcha em posição ou formação de flancos ou pela
cabeça (Maquiavel).
Toda grande universidade ou
grande quartel militar está instalada ou localizado em um campus, um espaço
grande e aberto para absorver a energia do universo. A Avenida Roberto Freire
não disponibiliza grandes espaços, a especulação imobiliária não permite. O
campo verde e energético à frente, o Parque das Dunas, é comum á todos, mas o
chi ou ch’i, a energia universal corre com muita velocidade pela avenida e há
os que sabem usufruir, não deixando a energia fugir, captando o necessário.
Cada nação ali representada
prepara um exército que daqui a dois, quatro, ou cinco anos irá levar suas
bandeiras á guerra de mercado. Gramsci (1891-1937) enfatizou que a guerra é a
máxima concentração nas mãos de poucos, a máxima concentração de indivíduos nos
quartéis.
A avenida observa uma guerra
pelo poder do conhecimento, uma disputa pelo campo educacional, cada qual com
seus planos de negócios e suas missões. A economia dos bens simbólicos
(Bourdieu, 1930-2002) estabeleceu aquela avenida como seu campo de batalha. Não
existe lugar melhor da Cidade do Natal/RN para tropas opositoras se encontrarem
e se instalarem para uma guerra, uma avenida socialista, ampla com projetos de
ampliação e melhoria. Local de batalhas que não haverá mortos e feridos. Cada
qual com seu discurso de melhor qualidade, usando argumentos astutos e
científicos para persuadir e garantir seus poderes estaqueados na miséria das
maiorias, a miséria do conhecimento. Não haverá vencido ou vencedor, mas irá se
destacar aquele que tiver o êxito, aquele que enviar a melhor tropa ao front.
Não bastará quantidade, mas sim, qualidade, conhecimento, tática e estratégia,
em cada especialidade.
Roberto Freire nome de
engenheiro e político socialista. Também é nome de um psicólogo renomado,
empresta seu nome a importante via urbana da Cidade do Natal. A avenida que
liga a região costeira ao interior, permitindo a interiorização das tropas. A
avenida que possibilita e facilita o acesso ao campo de pouso e ao comércio.
Facilita a movimentação das tropas turísticas acampadas em luxuosos hotéis
junto ao litoral da Praia de Ponta Negra.
As tropas turísticas já
chegaram, desembarcaram, e continuam chegando via navegação aérea, em grandes
naus tripuladas. Primeiro chegaram os portugueses com suas naus da denominada
TAP ou Air Portugal. Agora estão chegando os holandeses nas naus da K Line, em
breve chegaram os americanos nas naus da American Airlines, United, Delta e
outras. Isto sem contar outros povos localizados no hemisfério norte com
tecnologias para cruzar em poucas horas a linha do Equador.
A China vem se destacando no
cenário internacional com a maior população mundial e despontando como grande
mercado consumidor e exportador. O RN já prepara o seu novo aeroporto para
receber o maior avião de passageiros do mundo o Airbus, A380.
Portugueses e holandeses
sempre foram bons navegadores, desde no limiar da Idade Moderna lançavam-se à
conquistar novas terras, novas riquezas. Construíam suas próprias naus.
Holandeses ainda estão no mercado de navegação com seus Fokers. Aos poucos perderam
a posição de liderança na construção de naus para navegação.
Com o avanço tecnológico, e
aumento da demanda de transporte, hoje estes antigos navegadores recorrem ao
uso de naus maiores fabricadas por outros povos, inclusive pelo consórcio
Inglaterra-França. Duas nações que já tiveram no ápice de importância diante do
mundo, montam grandes ônibus aéreos, os Airbus. Os estadunidenses deverão
chegar com naus de fabricação própria, seus Boeings.
No século XVII aconteceram
guerras holandesas contra os portugueses aqui instalados, as guerras pelo
açúcar, o bem tangível da época. Holandeses tentaram controlar as fontes
brasileiras de produção. Hoje estes povos deparam-se novamente, aquartelados
com seus líderes e opositores do passado em destaque, Estácio de Sá e Maurício
de Nassau.
Estrategicamente entre estes
dois que já se enfrentaram no passado, portugueses e holandeses instalados na
Avenida Roberto Freire, encontramos um exército de paz ‘UN’ United Nations
associado ao exército local os ‘P’ de potiguares. Potiguares, capitaneado por
um laureado, palavra que significa eminência ou associação com a glória
literária ou militar. É usado para os vencedores do Prêmio Nobel
(Wikipédia).
(**)
Texto Publicado:
Jornal de Hoje em 30/julho/2012
– Natal/RN
ROBERTO
FREIRE, NOTÍCIAS DO FRONT
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004
Batalha na Avenida Roberto
Freire. Notícias do front. Um novo exército entra na batalha. A guerra está
declarada, obter a paz significa abdicar da fantasia do lucro máximo, utilizar
meios governamentais de custeio do aprendizado. Um aprendizado vendido e
oferecido à prestação. Um curso de graduação em nível superior leva em torno de
quatro a cinco anos, no mínimo e em sua maioria. Hoje os chamados cursos
superiores tecnológicos — CST são concluídos em dois anos, e ainda oferecem
certificações parciais antes da certificação final. Ao terminar se faz
necessário cursar uma especialização de mais dois anos, opcional, para entrar
no mercado de trabalho com algum diferencial.
Um novo exército entra na batalha da
informação e conhecimento. Com suas instalações recuadas, situadas fora do
teatro de operações, faz seu ingresso na batalha através de recursos utilizados
durante a Segunda Grande Guerra. Panfletos eram lançados sobre o “inimigo”
tentando persuadi-los a se render antes de um ataque maciço. Hoje com avanços
de técnicas e estratégias de marketing, outdoors são instalados, promovendo um
encobrimento visual de outros. O exército de Cultura e Extensão do RN lança
este tipo de petardo, procurando fazer uma cortina na frente do inimigo.
Em situações de guerra ou
conflitos urbanos, cortinas de fumaça são formadas para confundir o inimigo ou
agressor facilitando o avanço de tropas. Cortinas também podem ser colocadas
para ocultar o estabelecimento de complexos sistemas de relações e mediações
criando o que Gramsci (1891-1937) chamou de hegemonia, uma dominação que uma
parte da sociedade exerce sobre a outra (Tortorella).
Na Segunda Guerra Mundial, o
lançamento de panfletos por meio de aviões foi um dos meios novos de se
combater, objetivando manejar e manipular a informação a amigos e inimigos em
zonas ocupadas, foi adotado em todos os teatros de guerra. Aviões aliados
lançaram milhões de panfletos no decorrer de diversas incursões (Lilian
Mascarenhas). Existe uma pista de aviões desativada dentro do Parque da Dunas,
uma área militar pertencente ao Exército.
Análise do campo in loco. Kant
criticava os filósofos que subiam ao alto de torres para filosofar. Kant
afirmava que era impossível filosofar em locais com muito vento, situação
característica da cidade do Natal, e do corredor criado pela Avenida Roberto
Freire. Ali naquela avenida o chi corre rápido, não há sinuosidade que o
segure, que reduza sua velocidade, fazendo com que cada exército de instrução
tenha que procurar alternativas ao vento. É necessário conhecer um estudo de
ares e climas dos sítios, o climare (Vitrúvio 27 aC).
Os exércitos produtores de acontecimentos e
conhecimentos são obrigados a aumentar doses de ataques. E como aqui acontece
uma guerra que não produz nem mortos e nem feridos utilizam as armas de
marketing colocando outdoors na frente dos inimigos fazendo-os perderem espaço
visual na avenida, ao mesmo tempo em que promovem recrutamento. Buscam belas
imagens que passam mensagens subliminares, sabendo que o primeiro enquadramento
gráfico é mais potente que o segundo. A cidade está repleta de outdors dos
citados exércitos, com imagens em close de formandos e formados, felizes e com
traços fisionômicos belos.
Outro fator importante é o que
há por trás dos prédios. Sabemos apenas que a cidade do Natal não é saneada,
mas não sabemos como cada um, lida com esta situação, de que maneira estes
dejetos são tratados, transferidos e acondicionados. É necessário conhecer um
estudo dos sítios, quais os salubres ou quais os pestilentos (Vitrúvio 27 aC).
É impossível agregar conhecimento em cima de terrenos insalubres ou
pestilentos. Vivemos uma época tecnicista em que só acreditamos no que é
visível ao microscópio ou telescópio. Sem acreditar no que possa estar ao nosso
lado e simplesmente nossos olhos não vem. Os miasmas que Hahnemann usou como
pedra fundamental, para melhor entendimento de sua doutrina foram
esquecidos.
Ambientes insalubres e
pestilentos já foram assuntos preconizados por Florence Nightingale
(1820-1910). Florence é um marco na história da enfermagem por mudar um
paradigma do tratamento de doentes e feridos, inclusive na Guerra da Criméia
(1853-1856), da qual participou como voluntária. Florence entendia que o
asseio, a limpeza e o cuidado seriam essenciais na recuperação de enfermidades.
(Baptista e Barreira). A sociedade está enferma com carência de conhecimento e
informação.
Conflitos
de gênero na Batalha da Roberto Freire (***)
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005
Organizações vem enfrentando
desafios a tornarem-se e continuarem produtivas tendo condições de manterem-se
no mercado. Buscam ambientes flexíveis e adaptados a constantes mudanças.
Diversificam seus quadros funcionais tornando-os mais heterogêneos. (Capelle).
No princípio o homem, com seu
espírito de aventura e desbravamento abriu os caminhos para novas descobertas.
Com o passar dos tempos estes caminhos foram sendo caminhados, repassados e o
homem deixou de descobrir e desbravar para voltar onde já tinha ido, e os
caminhos tornaram-se trilhas. As trilhas deixaram de ser transitadas somente
pelo homem, mas pelo homem e sua prole. As proles se instalaram e formaram as
cidades, onde o homem novamente abriu ruas e avenidas. No princípio do Universo
era Deus. E o homem é um enviado de Deus.
A Avenida Roberto Freire, que
um dia já foi Estrada de Ponta Negra, foi batizada com um nome que caracteriza
o gênero masculino. Nome de uma família da terra, tal como a de Gilberto Freyre,
o sociólogo do sertão. Instalaram-se ali as empresas, as escolas, as faculdades
e as concessionárias de automóveis. Empresas se instalaram na Roberto Freire. E
os poderosos, os donos do saber, donos do conhecimento e donos do poder se
apossaram d(a)s instalações. Esqueceram quem detém a informação. A teoria
feminista pós-moderna fundamenta-se em tecer críticas ao conhecimento e a
informação (Callas & Smircich, in Capelle)
O homem, gênero masculino e
não espécie conduz a empresa com um (a) administração ortodoxa, tradicional,
baseada em conceitos e afirmações, com inflexibilidade. O mundo, o universo tem
que estar em equilíbrio de forças e energias.
Uma empresa para atingir o seu
público alvo, o seu cliente é necessário estar em equilíbrio com estas forças e
energias. É necessária uma administração holística. Para alcançar a gestão de
qualidade é necessário ter qualidade de gestão.
Mas os homens, cuja vida
terrestre é breve, por não saberem harmonizar as causas dos tempos idos, e das
gentes que não viram nem conheceram, com as que agora veem e experimentam e,
como também veem facilmente o que no mesmo corpo, na mesma hora e lugar convém
a cada membro, a cada tempo, a cada parte e a cada pessoa, escandalizam-se com
as coisas daqueles tempos, enquanto aceitam as de agora. (Santo Agostinho)
Hoje a partir da linha de
pesquisa da Avenida Roberto Freire no RN encontramos de um lado da via,
justamente do lado onde podemos ainda encontrar sinais da Mãe Natureza com sua
fauna e sua flora mesmo por cima das areias ou terras formadas pelas dunas uma
reserva natural com resquícios da Mata Atlântica. Onde quem sabe talvez os
cientistas descubram que por baixo daquelas dunas há um grande cetáceo.
Encontramos ali diversas coordenadoras de cursos em uma universidade federal
conduzida por uma Reitora, numa cidade administrada por uma Prefeita que por
sua vez tem uma Governadora que faz parte de uma Federação presidida por uma
Presidenta.
Não é à toa que o símbolo
representativo do sexo feminino é um círculo com uma cruz voltada para baixo,
posicionada como uma intenção de fixar, de ancorar à Terra. Ao contrário o
homem tem como símbolo uma seta voltada para cima dando uma noção de antena
como uma das hastes da seta (antena) voltada ao universo e a outra voltada para
a superfície da terra. Recebendo mensagens e informações do espaço e
retransmitindo a quem está na superfície terrestre. Fazendo a conexão, um link
do Universo com a Terra.
(***)
Texto Publicado:
Jornal de Hoje em 20/agosto/2012
– Natal/RN
Jung
na Batalha da Roberto Freire
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006
Uma análise junguiana da
Batalha na Roberto Freire. Carl Gustav Jung ou simplesmente Jung foi um
psiquiatra suíço que viveu entre 1875 e 1961, fundador da psicologia analítica,
ou psicologia junguiana. (Wikipédia). Atendendo a um convite prefaciou a
primeira edição inglesa do I Ching - O livro das mutações. Fato que não
aconteceu com a edição alemã. Jung pesquisou os arquétipos na formação do
indivíduo
Os portugueses no século dos
descobrimentos viviam à margem do rio Tejo próximo ao mar tal como a Estácio se
posiciona na Roberto Freire. Uma conhecida música portuguesa que diz que
‘navegar é preciso viver não é preciso’ e hoje navegamos na internet. Navegaram
pelos mares desconhecidos e sempre procuravam uma formação geográfica natural
para abrigar suas embarcações do mar aberto e do mau tempo. Baía de Guanabara e
Angra dos Reis no Estado do Rio de Janeiro, Baía de Todos os Santos na Bahia,
Santos e São Vicente no litoral paulista, são alguns exemplos.
Holanda também conhecida por
países baixos, e holandeses instalaram-se no Brasil, justamente numa cidade com
uma barreira natural, junto à praia, os arrecifes. Uma barreira natural para
proteger suas embarcações, mas também um impedimento a alguém posicionado na
praia de olhar o mar e avistar a linha do horizonte, tal como seu país com suas
terras abaixo do nível do mar, não sendo possível ver o horizonte, a linha
formada pelo céu encontrando com o mar. Instalou-se em um prédio mais alto que
a maioria das construções ali encontradas no logradouro público. Diante dos
ventos no RN, lembrado os moinhos existentes na Holanda para fazer uso da
energia eólica que bombeia diuturnamente a água que invade seu território. E
procurando um novo prédio para futuras e novas instalações, um prédio abaixo da
do nível pista da avenida.
Os americanos ampliaram seu
território a custa de guerras e extermínio de índios nativos e formaram um país
com acesso a dois oceanos. Com a frente voltada para a Europa de onde vinham as
informações e o conhecimento. E com os fundos voltados ao mundo denominado
oriental, com suas tradições e empirismos, optaram por uma ciência estatística
e pragmática. Colhem suas frutas do quintal na região denominada Califórnia, onde
produzem boas frutas e correm o risco de se tornar uma bagunça devido a falha
de Santo André. Instalaram a capital em Washington DC, que se traduz por
Distrito de Columbia ou seria um direcionamento do mundo, Depois de Cristo? O
mundo passou a olhar, a nortear suas ideias e pensamentos. Fato criticado por
Paulo Freire que dizia que o Brasil deveria sulear e não nortear, entendendo
que não se referia a agulha de uma bússola este norteamento, mas sim, olhar
para o norte, para América do Norte.
Na Roberto Freire ainda
podemos encontrar outros povos disputando outros serviços. Brasileiros e
Holandeses no mercado do varejo de combustível. França no ramo de
supermercados. Alemães e orientais na revenda de veículos. O homem desde as
épocas remotas instalava-se ao redor de poços, junto à costa e à margem de
rios, sempre onde existe água. Hoje vivemos a Nova Era e a Roberto Freire um
rio, é um canal de energia.
MARKETING
DE GUERRA NA BATALHA DA ROBERTO FREIRE (****)
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009
Século passado, Segunda Guerra
Mundial, o lançamento de panfletos por aviões foi um dos meios de se combater,
manejando e manipulando a informação de amigos e inimigos em zonas ocupadas,
nos diversos teatros de guerra. E as mesmas armas estratégicas de marketing não
poderiam faltar na Batalha da Avenida Roberto Freire.
Milhões de panfletos foram
lançados por aviões no decorrer da última Guerra Mundial (Lilian Mascarenhas).
Existe uma pista de aviões desativada dentro do Parque das Dunas, uma área
militar pertencente ao Exército, protegida por leis federais. Lançar panfletos
pela Avenida Roberto Freire poderia acarretar prejuízos na fauna e flora do
parque, uma multa pela prefeitura e descrédito das faculdades. As estratégias
são os outdoors. Produzidos por recursos humanos. Os exércitos produtores de
acontecimentos e conhecimentos, outras faculdades que não se encontram no
teatro de guerra, a Avenida, são obrigados a aumentar doses de ataques. E como
aqui acontece uma guerra que não produz nem mortos e nem feridos utilizam as
armas de marketing colocando outdoors em espaços à frente dos inimigos
fazendo-os perderem espaço visual na avenida, ao mesmo tempo em que promovem um
recrutamento.
Em atitude desesperadora, com
a carga emocional trazida pelo fim do milênio (in Nivaldo Junior). Buscam belas
imagens que passam mensagens subliminares, sabendo que o primeiro enquadramento
gráfico é mais potente que o segundo. Não só a cidade, mas a avenida está
repleta de outdors dos já citados exércitos, desta batalha, com imagens em
close de formandos e formados, felizes, com traços fisionômicos belos. Ao mesmo
tempo em que especialistas oferecem novas estratégias de inovação em recursos
humanos.
Um avião americano de
patrulhamento e pesquisa vem sobrevoando a região de Natal e Parnamirim
ultimamente, o P-3 Orion. A grande vedete das novas carreiras implantadas, em
novos cursos, remete a imagens de guerra, Florence Nightingale (1820-1910).
Florence é um marco na história da enfermagem por mudar o paradigma no
tratamento de doentes e feridos, participou como voluntária na Guerra da
Criméia (1853-1856). Um símbolo brasileiro tornou-se ícone da nossa enfermagem,
Ana Nery (1814-1880), participou como voluntária da Guerra do Paraguai, onde
acompanhou os filhos (in Baptista e Barreira). Nightingale percebia e entendia
que o asseio, a limpeza e o cuidado seriam essenciais na recuperação de
enfermidades, pouco a pouco a ciência foi justificando as razões. A Missão
Rockfeller troxe este novo modelo de cuidados no Brasil, durante o governo de
Getúlio Vargas (in Franco Santos), foi a presença americana no Brasil tal como
acontecida na Segunda Grande Guerra. A sociedade está enferma com carência de
conhecimento e informação. Um novo paradigma se faz necessário.
Ainda vivemos uma época
tecnicista em que só acreditamos no que é visível. Em coisas visíveis, e nas
inalcançáveis, sob lentes de microscópio ou telescópio. Pelo mundo espalhou-se
que o mundo terminaria em 2012, Hércóbulos ou planeta vermelho (in Rabolú),
calendário Maia e Nibiru foram algumas citações. Não acreditamos no que possa estar
ao nosso lado ou simplesmente nossos olhos não vem. O mundo que conhecíamos
está acabando, com uma enorme velocidade dos acontecimentos e informações,
surge a Nova Era.
(****)
Texto Publicado:
Jornal de Hoje em 27/agosto/2012
– Natal/RN
Recordando
uma Batalha na Avenida Roberto Freire
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Texto disponível em: